Mulheres sobre rodas – Entrevista com Day Miguel

Mulheres sobre rodas – Entrevista com Day Miguel

Atualmente fala-se muito sobre a imersão da mulher no motociclismo, e sabemos que nos últimos anos vem surgindo mais moto clubes femininos, as mulheres vêm ganhando mais espaço e representatividade para mostrar que sempre haverá lugar para elas, que por muito dos anos tiveram apenas espaço no âmbito motociclistico como garupa.

E em resultado dessa grande proporção que as mulheres vêm conquistando no mundo das duas rodas, segundo o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) e analises de dados feitos pela Abraciclo – Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, até outubro do ano passado (2021) só no nosso país havia mais de 8 milhões de mulheres habilitadas para pilotar, crescimento de 81,5% comparado ao ano de 2013 que contava com pouco mais de 4,5 milhões de habilitadas.

Representatividade Feminina

E para falar sobre representatividade feminina no motociclismo dispus da ideia de criar um espaço aqui no site onde entrevisto mulheres motociclistas, e para começar bem, tive a honra de entrevistar a influenciadora digital Day Miguel (@daymiiguel) que inspira muitas outras mulheres, assim como a mim, com seus mais de 200k (duzentos mil) de seguidores no instagram Day Miguel também compartilha seu conhecimento através do seu canal no YouTube fazendo avaliações e testes de várias marcas como Honda e Kawasaki, assim como também é embaixadora da marca de capacete Axxis (@axxysbymt).

Canal YouTube – Day Miguel

Day também conta com seu curso de pilotagem, o “Pilotando sem Neura“, onde incentiva mulheres a perder o medo de pilotar, técnicas, autocontrole, dicas de mecânica e através da entrevista ela pôde me falar um pouco de suas experiências como motociclista e o surgimento de sua paixão por motos.

Entrevista com a Day Miguel

Day, de onde veio o gosto por motos carenadas?

Desde pequena eu assistia a corridas com meu pai e achava incrível o jeito que os pilotos pareciam “dançar” nas motos. Eles tinham precisão em cada movimento e eu sonhava em um dia poder pilotar tão bem quanto eles.
Daí veio a inspiração e admiração por motos carenadas. Eu sempre achei que carenada tinha jeito de “motão” mesmo quando eu não entendia nada de moto e, quando comecei a entender, senti grande admiração pela Kawasaki. Por isso, desde sempre, sou da família Ninja.

Qual sua inspiração para se tornar influenciadora e criar um perfil no Instagram explorando a temática de motos ?

Comecei compartilhando as viagens que meu marido e eu fazíamos pelo Brasil em nossa Versys 650. Começou assim, tudo muito natural, como registros mesmo.
Até que decidi por ter a minha própria moto e, como estava há muito tempo sem pilotar, eu teria que “reaprender” toda a técnica.
Então, compartilhei meus primeiros km na moto com o objetivo de inspirar mais pessoas que estavam passando pelo mesmo processo e também como forma, mais uma vez, de registro para que eu pudesse perceber minha própria evolução.
Hoje eu sou imensamente grata por poder influenciar, inspirar e ajudar tantas pessoas, seja por meio das minhas redes sociais, seja por meio do meu curso, o Pilotando sem Neura, provando sempre que todo mundo pode ser e fazer o que quiser.

Você já sofreu algum tipo de preconceito por ser mulher e pilotar uma moto carenada ?

Pessoalmente, não. Mas, todo mundo que trabalha com redes sociais hoje em dia tem que lidar, vez ou outra, com os “pilotos de teclado”. Os ataques de hater são bem raros, graças a Deus, mas, quando acontecem, normalmente demonstram o ego ferido de alguém que não admite uma mulher fazendo avaliação de moto, falando sobre mecânica, técnicas de pilotagem ou algo assim, mais direcionado.
Então, é raro, mas, sim, já existiu.

Qual mensagem você deixaria para as mulheres que desejam possuir uma moto, mas não o fazem por medo de aceitação da sociedade ?

Eu sempre digo que nós não podemos deixar que o medo nos impeça de fazer aquilo que a gente ama. Essa frase, além de ser inspiradora, está recheada de verdades pois não é justo que um fator externo, seja medo, seja opinião alheia ou até nosso auto julgamento, nos impeça de viver, de ser livres, de aproveitar cada minuto de nossas vidas.
Então, a mensagem que eu deixo, seja aqui, seja todos os dias nas minhas redes sociais é essa: que sejamos corajosos o suficiente não somente para subir em cima de uma moto, mas para provar pra nós mesmos o quanto somos fortes para ir além de qualquer julgamento. A nossa felicidade depende dessa força. E ir atrás dela só depende de nós mesmos.

Agradecimentos da Autora

Em nome da equipe do Motonismo, gostaria de externar meus agradecimentos à Day Miguel, que me concedeu a honra de dispor de seu tempo, atenção e simpatia para responder às minhas perguntas para compor esse artigo. Mais uma vez rendo-lhe minhas congratulações pelo seu trabalho e estarei sempre na torcida para que continue cada vez mais a influenciar e inspirar outras mulheres do Brasil e do mundo. – Erika Barros

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